24/09/2010

Trabalho de Campo com a Tradição Oral...

Brincadeira de Boi-de-Campo contada pelo meu Avô!

Renan Silva dos Santos (16 anos)

3° ano(02) do Curso Técnico de Turismo

Escola Maria Rita Flor (2010)


Meu avô nasceu em 1940, e conta que a brincadeira de boi de campo na comunidade de Bombinhas era totalmente diferente do que é hoje em dia, transformada em Farra do Boi e até proibida por lei.

O boi era criado na serra catarinense e vinha tocado a cavalo por vários dias pelo Seu Valter tropeiro, homem que residia em Bombinhas, e ia buscar os bois no alto da serra ( geralmente em São Joaquim e Lajes). A brincadeira do boi começava geralmente no mês de janeiro; mais a época que todo mundo saia de casa para brincar, era apenas na semana santa.

Ele conta que era uma forte tradição e consideravam uma brincadeira que despertava muito medo em homens e mulheres “somente os mais corajosos se arriscavam a brincar com o boi”.

O que muita gente já ouviu falar e não faz idéia de como se brincava, era a brincadeira de boi na vara; meu avô Aristides conta que os homens iam na mata, pegavam uma vara grande de árvore chamada “laminzeiro”, árvore resistente que envergava e não quebrava. Com um laço de couro de 12 braças (aproximadamente 25 metros) eles amarravam uma ponta na cabeça do boi e a outra no alto da vara cravada no chão... E ali eles brincavam como o Boi preso na vara - nem que era só pra olhar!

Outra brincadeira também não muito conhecida pelos mais jovens é a brincadeira do boi no laço, acontecia geralmente quando o boi se soltava da vara, quando isso acontecia, tinha um cavaleiro que laçava o boi e o povo brincava enquanto o cavaleiro prendia o boi para ele não se soltar - era responsabilidade do cavaleiro, pois se o boi se soltasse era muito perigoso e difícil de pega-lo de novo” era dele o dever de cuidar para que isso não acontecesse! Assim, todos ficavam esperando pelo próximo ano e a brincadeira recomeçar.

Aristides Casimiro da Silva,

Mestre da sabedoria popular

Projeto Ação Nacional Griô

Escola Maria Rita Flor

Instituto Boimamão

Colaboração: Tainá da Silva (17 anos) Filmagem

3° ano (02) do Curso Técnico de Turismo

Escola Maria Rita Flor (2010)

23/08/2010

Folklore- a Arte do Povo!


Assim como a língua que falamos e a história de cada povo, o folclore é um conjunto de manifestações da cultura popular tradicional;


O que chamamos de Folclore é o que retrata a alma de um povo - exprime os sentimentos e valores das expressões da cultura de cada nação;


Portanto, folclore são costumes e tradições de um povo, de uma nação, de uma comunidade ; que passa de geração para geração oralmente no lugar que cada um vive e passamos adiante para nossos filhos!


O folclore não pertence a algum lugar do passado, ele é tão atual e presente na história da humanidade. Não tem a preocupação de fazer história ou ciência; ele sustenta-se da imaginação e potencial criativo de um povo, é vivo, como o pulsar da vida. Sua única referência é a memória, a história Viva.


É por isto não existe em registros, uma definição universalmente aceita para o termo folclore porque surgem de maneira espontânea e a revelia da cultura oficial. “Quando se fala da cultura tradicional ou oficial, falamos daquela imposta como erudita - ou seja, daquelas decoradas e copiadas nas instituições de ensino do tipo acadêmico”


Este folclore não se aprende na escola e sim se preserva; por guardar a essência de cada um. Entendemos como folclore o saber popular que emana do povo! Isto as classes mais ricas da antiguidade não aceitavam.


Até que enfim, o filósofo alemão John Gottfried Von Herder, observou que a literatura popular é um arquivo imaterial onde os povos conservam sua memória coletiva. Foi então , em 1846 que o inglês William John Thomas , propôs substituir os termos pejorativos que usavam para designar as “artes populares” pelo vocabulário anglo-saxão de: Folklore” quer dizer: Folk-de povo e Lore-de saber!


William solicitou apoio à uma revista de Londres, no sentido de se fazerem pesquisas e se conhecerem os usos e costumes das diversas regiões da Inglaterra. Essa carta foi publicada no dia 22 de agosto de 1846, daí a escolha desta data para a comemoração do dia do folclore!!!


Viva o folclore - a Arte do povo!

Rosane Luchtenberg

Instituto Bomamão

Ação Griô Nacional

Agosto 2010



16/07/2010

Encerrando uma etapa




Exposição de encerramento do 1º semestre
E.E.E.B Maria Rita Flor

23/06/2010

Inverno

A hora da história...

A canjica quentinha...


... os bonecos.

E o inverno chegou... com ele o frio...
roupa de lã e comida quentinha.

A história da "Formiga Boa" de Monteiro Lobato abriu a brincadeira.
Nossa "formiga boa" foi a Mestra Salete que nos trouxe canjica quentinha para comermos antes de trabalhar...
Confeccionamos um casal de bonecos... com direito a roupa de inverno e tudo!
E o inverno trás, também... a tainha.
Tema do nosso próximo encontro.

19/06/2010

As Festas de Junho...








... e cada lugar tinha a festa do seu santo...
Bombas, era Santo Antônio...
Araçá - que era tudo a mesma coisa - era São Pedro.
Tinha festa, tinha procissão...
a de São Pedro, por mar - que é santo pescador.
E a gente ia em todas... a pé... não tinha preguiça de andar.
Tinha batata -doce assada, pinhão não tinha não... as coisas não vinham de tão longe.
E tinha baile, quadrilha...
E fogueira, aqui se fazia assim, quadradinha.
"D'outro" tipo? Não vi não."
Com essa prosa entre a Mestra Salete e os alunos iniciamos nossas atividades envolvendo o tema do mês de junho:
- Dona Salete como eram as festas do seu tempo de criança? Eram iguais as de hoje?
E construímos nossas fogueiras ... contamos e desenhamos nossas festas.

13/05/2010

Museu... a casa da nossa memória...

E continuando o assunto deste mês...
Museu... a casa da nossa memória... fomos visitar um museu muito especial:
MUSEU COMUNITÁRIO ENGENHO DO SERTÃO - sede do Instituto Boimamão, nosso parceiro na Ação Griô.

Teve contação de histórias...
Brincadeira com o Boi de Mamão


Conversa sobre a história deste museu e os engenhos de farinha.

E lanche ao Sol... antes de voltar para a escola.

04/05/2010

Maio... nossas memórias.

"... - Vovó, quem é essa moça chamada Memória?
- Ah, é a guardiã das nossas lembranças...
- E onde é a sua casa?
- Nos Museus, minha neta..."

Assim, com essa conversinha de neta e avó, iniciamos o mês de Maio, dedicado aos Museus.
Contação de histórias, visitas aos nossos mestres para ouvir suas memórias, aos nossos museus.
E muita coisa mais...
Logo, aparecem os registros.